AIDS Felina: Saiba o que é a FIV

Saiba identificar os possíveis sintomas e como tratar a doença

A Aids felina, ou FIV (Vírus Imunodeficiência Felina, em inglês) foi descoberta na década de 1980, e assim como no caso da HIV, ela não tem cura e pode levar o animal a óbito. Mas é importante frisar que mesmo assim a doença não é transmissível aos seres humanos

Embora a Aids felina seja um dos problemas mais sérios entre os que afligem os bichanos, ela pode ser tratada graças a uma série de medicações, de forma que os gatos contaminados possam viver normalmente e sem maiores complicações.

No entanto, como na grande maioria dos casos o diagnóstico só é feito quando sintomas mais agudos se manifestam, o tratamento acaba por ser ineficiente por conta do começo tardio. Então muito animais são levados a óbito, mesmo após a intervenção médica.

Por isso, é de extrema importância identificar os sintomas o quanto antes para que o controle do vírus da FIV  seja eficaz e que seu bichano possa continuar vivendo sem grandes sequelas. Veja abaixo quais são os principais modo de transmissão da doença e quais são os sintomas.

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Como é transmitida e como evitar

Ao contrário do que ocorre com os seres humanos, com quem o principal foco de propagação do vírus são as relações sexuais, no caso de gatos a Aids felina é transmitida, principalmente, pela saliva.

Isso não quer dizer que não se deve tomar cuidados com quem o seu bichano tenha relações. Se você quiser que seu pet tenha filhotes, faça exames tanto nele quando no futuro parceiro. Mesmo que o ato sexual em si possa não causar problemas, atos comuns nesse processo, como arranhões, podem causar a infecção.

Como a principal fonte de transmissão da FIV é a saliva de gatos infectados em contato com o sangue e feridas de felinos sadios, sempre que seu bichano estiver com algum machucado coloque curativos e evite que ele fique em contatos com outros bichos.

Gatos que vivem na rua ou que dividem a sua casa com diversos outros companheiros da espécie têm muitas mais chances de contrair a doença justamente por causa disso. Além de lambidas propositais em feridas – ou “sem querer” durante relações sexuais – os bichos podem se contaminar durante brigas e dividindo vasilhas de água.

Como a doença afeta felinos de todas as idades, tamanhos e raças, mesmo tendo mais incidência em machos por conta das brigas, o ideal é evitar que seu pet fique muito tempo sozinho pelas ruas, convivendo com grandes aglomerações de gatos – o que pode resultar em brigas, troca de salivas e outros.

Transfusões de sangue e mesmo o nascimento de filhotes de gatas infectadas também fazem parte das possíveis formas de propagação do vírus.

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Se você possui vários gatos em casa, um bom jeito de prevenir a Aids felina é evitar que eles dividem tigelas de comida e bebida, caixas de areia e mesmo brinquedos que acumulem saliva.

Por mais que os bichanos de rua ou selvagem tenham maior probabilidade de contrair a doença, os domésticos também estão em risco. Como citado acima, objetos cotidianos e mesmo brigas com animais da rua podem infectar o bicho.

Se você for tutor de vários gatinhos e um dele estiver infectado, não se desespere. Se eles tiverem um comportamento manso entre eles, basta redobrar a atenção em relação aos objetos divididos. Porém, se eles tiverem o hábito de se arranharem, mesmo em brincadeiras, você deve isolar o bicho adoecido para evitar problemas.

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Os sintomas

Como dito no começo, a melhor maneira de tratar um gato com FIV é reconhecer logo cedo os sintomas da doença. Porém essa não é tarefa fácil. Ela se manifesta de diferentes jeitos, e tudo depende de quão avançada ela pode estar – às vezes, leva anos para aparecer qualquer sinal dela.

Enquanto os estágios do vírus se tornam mais complexos e avançados, a saúde do felino fica mais prejudicada e fragilizada, uma vez que o principal alvo da Aids felina é o sistema imunológico dos bichanos.

Deste modo, o seu gato pode acabar contraindo outras doenças e os sintomas se confundirem. Por isso, se o tratamento para doenças simples não surtir efeito e a mesma complicação aparecer com certa frequência, leve o seu bichano imediatamente para fazer exames com médicos veterinários profissionais.

Alguns dos sinais possíveis da imunodeficiência felina são febre, diarreia, gripes, infecções urinárias, complicações no sistema respiratória e feridas na boca e na pele. Porém, esses sintomas variam muito de caso a caso, e também do estágio da doença.

Entre as quatro etapas em que consiste o processo de contaminação da FIV, temos a fase aguda que é a primeira e ocorre cerca de um mês após a infecção do animal. Ele passa então a ter febre e leucopenia (falta de leucócitos no sangue).

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Embora nesse momento raramente sintomas visíveis aparecem, muitos gatos podem ficar seriamente debilitados ou contrair certas sequelas – entre as enfermidades que surgem nesse momento, estão a diarreia e a celulite.

O segundo estágio é quando o animal sobrevive à primeira fase e se torna um portado assintomático do vírus. Nesse período, que pode durar meses ou até mesmo anos, o animal não apresenta nenhum sintoma, e vive a sua vida normalmente.

Em sequência, se inicia a fase de persistente linfadenopatia generalizada. Essa etapa é marcada pelo surgimento de gânglios linfáticos que afetam o comportamento e o humor do bichano.

Os sintomas visíveis desta fase são a perda de peso, a febre e a inapetência (falta de apetite). Assim como no caso da segunda fase, essa etapa pode durar por algumas semanas ou muitos anos, e o animal que sobrevive chega ao estágio mais avançado da doença.

A quarta etapa é batizada de fase do complexo relacionado à Aids felina, em que os sintomas crônicos da doença começam a surgir, provocando diferentes reações simultâneas no bichano de uma só vez.

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Neste momento, problemas respiratórios, dermatológicos, otite, infecções oculares, diarréias, perda excessiva de peso e febres fazer parte do dia a dia do seu gato – e tudo ao mesmo tempo.

Ao final de todas estas fases, o bicho chega no estágio terminal da doença, que é a síndrome da imunodeficiência adquiridas. Os sintomas mais graves são a insuficiência renal e a presença de linfomas e criptococose, que afetam pulmões e o sistema nervoso central.

O gato então vai ficando cada vez mais frágil e vulnerável, até chegar o momento de sua morte.

Diagnóstico e tratamento

Mas por sorte, todo o processo descrito acima só chega ao seu final quando o seu animal não passa pelos devidos tratamentos. Ao se observar os sintomas citados, leve o seu bichano para fazer exames clínicos e laboratoriais que são as maneiras mais precisas de se diagnosticas a FIV.

Como sempre, a ida a um médico veterinário profissional é indispensável se você suspeitar que o seu gato tenha contraído o vírus.

Hoje, certos países, como os Estados Unidos, afirmam ter encontrado uma vacina para prevenir a doença. Mas não há comprovação de que o novo medicamento combata os sete subtipos diferentes da Aids felina.

Também é preciso ter cuidado com o caso de um diagnóstico positivo no caso de filhotes de gatas infectadas. Até os seis meses de vida, ainda há a circulação de anticorpos maternos na corrente sanguínea dos filhotes, o que faz com que o resultado positivo seja falso.

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O oposto também acontece. Quando a doença é muito recente, ou já está em seus estágios finais, pode acontecer o resultado falso negativo. Em ambos os casos – principalmente nos que se pode observar os sintomas – é preciso refazer os exames para se certificar da veracidade dos resultados.

Uma vez que o resultado positivo seja confirmado, e que não existe cura para a doença, os bichanos infectados devem aprender a lidar com a enfermidade pelo resto de suas vidas. Estima-se que os gatos possam viver até 10 anos, e de maneira confortável, se medicados corretamente pelos veterinários.

Assim como no caso do HIV, para se tratar a FIV é usado uma mistura de medicamentos de controle, que ajudam a aumentar a resistência imunológica do animal e impedir a infecção por parte de outros vírus oportunistas.

Além da medicação constante, os animais acometidos pela Aids felina devem realizar visitar periódicas ao médico veterinário – pelo menos uma vez a cada seis meses – e seguir uma dieta balanceada e saudável. Por último, não deixe o seu gato entrar em contato com ambientes externos onde possam adquirir novas doenças e pulgas. Esse tipo de infecção pode causar a morte de um animal com FIV.

FONTE: Canal do Pet – IG